sábado, 15 de setembro de 2012

Tem coca aí na geladeira?


Esse botãozinho mágico que é o foda-se, não é minha gente da fita? Eu acho esse player, o foda-se, um argumento realmente digno. Coragem pra fazer as coisas de um jeito subversivo é talento para os felizardos. Daí que curti PACARAIO esses dois filmes aqui ó:


O que esses filmes, longametragens, tem em comum, além de eu tê-los conhecido na mesma semana, com um breve intervalo de dois dias entre um e outro?



Não preciso dizer que são dois baixo-orçamentos que foram selecionados e premiados Brasil e mundo dos festivais: porque isso os cartazes já falam. Cof, cof.
            Agora, acho importante adiantar que ambos os filmes tem SOMENTE uma locação. Isso não é um traço incrível? Eu julgo que sim, pois o (a) diretor(a) que bota um projeto desse pra frente deve ser alguém que se liga de verdade na produção, reconhece ou cria um bom roteiro com energia e paga uma boa dose de confiança aos atores que traz pra roda. É uma impressão que me dá – e eu gosto dela.


            Mas o que eu não gosto é de tirar doce da boca de criança. Portanto, meus queridos, vejam os trailers aqui e DÊEM LOGO UM JEITO DE (RE)VER OS FILMES. E não me venham com mimimi. Baixe aí!



segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Antes de Tubarão

Spielberg era mais que um nerd. Era um mala, só que bem espertinho. Depois de Tubarão, Hollywood virou uma mar de blockbusters e as águas da contracultura secaram. Ao lado de Lucas, eram os nerds, os caretas - e aqueles que vingariam. A década de ouro virou ferrugem. Enquanto O Poderoso Chefão e O Exorcista faturaram seus 80 milhões e coisa, Tubarão faturou quase 130 milhões de bilheteria. E aí fodeu.
Foi quando também entrou a televisão no esquema, antes vista como uma mídia rival. Mas os executivos experimentaram a divulgação da telona na telinha e descobriram o pulo do gato. As resenhas em jornais impressos, que já não tinham o mesmo poder de antes, tornaram-se irrelevantes. Pauline Kael que o diga. E a partir daí um filme jamais teria de novo a chance de evoluir gradualmente, de atrair de forma crescente seu público natural. A cultura polaroid: se o sucesso não for instantâneo, é fracasso.
Ainda falta 1/4 do livro, mas estou muito entusiasmada com a leitura de Como a geração sexo, drogas e rock'n'roll salvou hollywood. Um livrão de 400 páginas que tem me acompanhado em viagens e noites de ócio desde novembro, graças ao empréstimo de um amigo querido. Viramos o ano juntos, eu e diretores como Scorcese, De Palma, Hopper, Copolla, Altman, Friedkin e outros mais ou menos rebeldes. Pena que era a virada de 2011 pra 2012 e não de 1971 pra 1972.
Imagina um cara cabeludo e barbudo, maconheiro, abaixo dos 30 anos, diretor iniciante encurralar um executivo de estúdio e sair de lá com 1 milhão só no grito? E aí o cara leva a grana pra uma locação bem longe e volta com rolos de filme incompreensíveis? Então, era isso o que acontecia.
O trinfo da cara-de-pau e, também, do pau. Porque por mais que todos fossem um tanto hippies, eram todos ambiciosos e egóicos. O auteur era o deus cultuado. Mas, ainda assim, eram celebridades diferentes das que vemos hoje, era outro estilo de vida.
Era uma vida mais cheia de inspiração e ousadia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cada qual com seu excesso

Achei este filme maravilhoso. E não foi porque eu sou gordinha, não. O filme tem personagens fortes, cativantes e surpreendentes. A fotografia é poética.
O filme consegue ser delicado e tenso, ao mesmo tempo. Dramático e cômico.
Discute sexo, religião, trabalho, família, sociedade, cultura. Mas dentro daquele lugar íntimo, cotidiano, subjetivo.
O filme espanhol de 2009 é o primeiro longa de Daniel Sánchez Arévalo. O que me faz querer assistir a todos os curtas que o cara já fez antes.
Mesmo porque, em tempos de cólera e inundações, é melhor ficar em casa. Ademais, meu teto não é de vidro. É de zinco.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

É preciso um GORILAZZ pra reivindicar junto a King Kong; ou a vida em 2D

Definitivamente o filme-coleção (visto por moi) sobre as relações 2D é CAT FISH, jamais THE SOCIAL NETWORK. A segunda opção tem fotografia e montagem porosas, delgadas, SUFFLAIR. Esta, degustadora confessa de ALPINO, porém, esbraveja na carta-capital: há de morrer testando se a mensagem é precisamente o impacto – ou justamente o meio. Afeita à tesouradas, eu acho que o corte é sempre O SEGREDO: e raramente tem muito a ver com o tecido. Abaixa tua história-convite, salva um tanto de memória, e qualquer distribuidor ajuda.  Use, este distribuidor, fumaça ou diário.

O “protagonista” do documentário CAT FISH é um gato. (Quase) nada de maquiagem, luz ou figurino. O filme convence aos ligados em edição (e improviso) e as mulheres, em geral, nos primeiros 5 minutos. Quem estivesse antenado nessa WEB DA VIDA, postaria aí os 10 primeiros `  no YOUTUBE, ou o filme em 2 x no VIMEO, com comentários em OFF. Ou, simplesmente, baixaria e veria... Ou, então, vá até a locadora, pague 5 pilas, volte pra casa, assista, devolva na locadora e pague mais 5 pilas de multa por atraso

Segurem o CONTROL ALT, leitores e/ou digitadores encarcerados; e sincero perdão aos cardíacos! Não vamos contar a história do filme aqui – isso é coisa pra mesa de sinuca ou pra roda de leitura. Tampouco prestamos a mais que RELEASES, frases de efeito e LINKS.
Sim, o cara.  Há o tal personagem principal, um fotógrafo de 24 anos: recebe, pelo correio, a pintura de uma de suas fotos, feita, conforme o vídeo anexo, por uma garota de 8 anos (!). Daí (?), começa a se relacionar com a guria pelo FACEBOOK, chats, emails e similares. Então, poucos meses depois, ele está numa relação (!?!) com alguns de seus “amigos” e de seus “familiares”. Um tiquinho depois, e o cara está namorando a “irmã” (gatíssima) e...


Chega de aspas, recuemos a tempo: coisa, ô. Vocês entenderam. Se prossigo; sabem: adentro, advertidamente, no terreno (sacro) das curvas dramáticas, peripécias e elipses.
Um escritor(a) vivo atualmente usa a internet em caráter constitutivo. Reticências a todos, e, ponto aos ermitãos.  Apenas ao TOCAR a maturidade cor de pêssego é que o(s) escritor(es) consegue(m) escrever ANTES de pensar e muito antes de falar. Até lá, a gente, pouco entende, mas fuça e inventa: imeiu, tuíter, feice, blogue. Quem tem conta vai à Roma!

Pregar na praça pública ou panfletar no evento requer, além de trabalho, um bocado de expertise: do contrário, só faz poluir. Seja possível ou não “derrubar” um (01) ditador no Egito, antes disso, é possível, ao menos, “cutucar” um (01)... AMIGO?

quarta-feira, 23 de março de 2011

BRASIL 2 EUA 1

Não passaremos por cima da carne seca assim. Se paçoca dá barriga pra uns, esta paçoca também enche o bucho de outros. E, no geral, os uns estão em número menor que os outros. Depois de ver o FABRICANDO TOM ZÉ , eu resolvi dar um giro de 180 graus por aqui. Porque “em 80, eu tava tão fodido, tão invejoso e tão filho da puta”: que resolvi dar uma pirada. Ops, uma pirueta. 

Azedos tempos de balé. Não, a única professora que tive em seis anos, não conseguiu despertar o Cisne Negro que havia em mim, e acho que, apesar do jeitão, ela não lançaria mão do assédio sexual para tanto. Mas despontou um joanete e, junto ao nazismo geral do lance, foi motivo pra que eu fosse da barra ao street dance, sem escalas. Foi bom até eu enjoar das músicas. E olha que eu evitava fortemente ver qualquer videoclipe.
O Cláudio dos Cassetas, numa entrevista a Playboy, soltou uma frase cuja verdade é tão descarada que não se pode discordar, apenas rir sobre a ironia de você, leitor e cinéfilo de terceira, não ter relacionado isso antes: existem três coisas nas quais os americanos são imbatíveis – jogar beisebol, dançar sapateado e escrever roteiros. 
 

Aí foi-se o Oscar, e nem disso precisamos falar, tudo está dito. Nada de Lixo Extraordinário, mas vou dar o Oscarito do mês para, não um, mas dois filmaços brazucas: É PROIBIDO FUMAR e HISTÓRIAS DE AMOR DURAM APENAS 90 MINUTOS. Roteiro, minha gente: ou presta, e justifica uma produção, ou não presta, e só justifica os milhões.
Quando a TPM passa e a poeira abaixa, eu até sinto orgulho de ser brasileira. Vamos aproveitar, nunca dá pra saber quanto tempo pode durar um romance tão instável. A última vez que fui ao cinema pra ver um brasileirão foi o filme do Jabor. Faça-me...

A diretora, roteirista e produtora assinante do filme que, num humor negro edificante, curte com a noção de que cigarro mata é, graças à entidade Ribeiro-Holanda (filha de Darcy com Sérgio), de fabricação nacional. Obrigado por fumar? Veja (ou assista) também DURVAL DISCOS, darling.


 Por fim, pra não dizer que não falei das flores do jardim do vizinho, recomendo à queima-roupa o americano espírita UM OLHAR DO PARAÍSO. Aquele elenco pelo qual dá vontade de ir ao cinema (ou à locadora) com roupa de gala e, sem sacanagem, o filme sobre espiritismo mais inteligente que vi até agora. Desculpe aí qualquer indelicadeza, Bezerra e Chico, mesmo. É que a gente tem que produzir MUITA animação antes de invocar os santos. Kissed for the very first time.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Garota, eu vou pra Californication

Friends nove fora zero, e novos quocientes aos seriados americanos. Esqueçam as risadas e palmas gravadas ou os personagens queridinhos. Num episódio de Everybody Hates Chris, no qual o protagonista (um garoto fodido do Brooklin) risca um disco da mãe, o jingle que encerra é tocado como se também fosse um disco riscado. Num episódio de Dexter, no qual o protagonista (um serial killer de Miami) está casado e tem um filho, a abertura é refeita de modo que o galã psicopata se torna um pai estafado. E num episódio de Boston Legal, no qual um advogado (com Síndrome de Asperger que tentou cortar a garganta da sócia-majoritária) é recontratado (pela mesma), temos a abertura instrumental "cantada" por este personagem. Ainda em Boston Legal, na bancada de Denny Crane (o típico republicano-milionário-sem-noção), temos os dois protagonistas comentando como sentiram a falta um do outro naquele episódio ou quais expectativas eles tem pra próxima temporada. For the record: foram 6.


Para além da metalinguagem, tais recursos tem um sentido aplicado, traduzem a contemporaneidade: qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Personagens engraçados e politicamente corretos ou padronizados, aparentemente, não é mais a tendência. Criticamos muito os enlatados de Hollywood, mas, convenhamos: a TV americana anda mais ousada que a nossa. Desde os tempos da TV Pirata, a única coisa que eu assisti e consegui provar aquele velho e bom humor negro foi os Aspones: uma série que, infelizmente, teve apenas uma temporada. Nem vou comentar as novelas porque não teria propriedade pra isso, mas, quem matou Heleninha Roitman?


Os ufanistas verde-amarelo que me perdoem. Hoje é dia de Maria e A Pedra do Reino são sensacionais, mas a verdade é que foi A vida como ela é... a obra que assisti completa (sem pregar os olhos). O que querem as mulheres? ou Amor em Quatro Atos são trabalhos muito bem produzidos, narrativas bem pensadas, só que sempre me encanta como um estrogonofe e não me arrebata como uma feijoada. Eu fico pensando. 

É mais fácil o Tiririca se tornar presidente que acabarmos com as novelas. No entanto, entre o circo e o palácio, não tem alguma coisa pra explorar no meio?

Na segunda-feira estreou a quarta temporada de Californication. Ao primeiro olhar, essa série parece ser só um amontoado de putarias. Mas nada que dois ou três episódios à frente não revoguem. Qualquer um que já tenha lido (e curtido) Charles Bukowski corre o risco de se apegar ao seriado. Hank é o nosso protagonista aqui, um escritor alcoólatra em plena crise existencial que tem três grandes talentos: escrever romances, enfiar os pés pelas mãos e arranjar com quem trepar. Eu prefiro esperar as temporadas acabarem e ver todos os episódios de uma vez, mas tratando-se do Hank, eu tive que abrir as pernas e  assistir ao primeiro episódio. Sem arrependimento.


Porque desde que o Angeli matou a Rê Bordosa, eu me sinto um tanto orfã. É claro que eu preferiria apenas ligar a TV a fazer trocentos downloads. Porém, não cabe a mim levar o underground ao mainstream. Enquanto não rola a antropofagia digital, eu vou de pirataria cibernética. Uma mulher há de ter estilo nesse século 21. Se a Amy está grávida ou não pra ter feito os shows no Brasil à base de água, ela pelo menos pagou peitinho em Santa Tereza: quem é rei nunca perde a cafajestagem. Thanks god for Showtime.



“Estou tendo uma ereção. Isso é um bom sinal. Que o julgamento comece.
 Estou pronto” - Denny Crane.